domingo, 25 de outubro de 2009

Como ele era.

Sua vida de ausências o ensinou a ausentar-se dela. As pessoas pouco importavam. Ele queria bem-estar, aconchego. Queria tudo o que a vida havia lhe negado e que ele havia negado às pessoas ao seu redor. Sentia a necessidade de ter e ser alguém. Perdeu amores, casa, família, colo. Decidiu roubar de cada uma que entrasse em sua vida. Da primeira ele roubou a vontade de viver. Da segunda, a vontade de ter. Da terceira, a vontade de ser. Da quarta, a vontade das vontades. Mas dela, ele tirou tudo sem dar absolutamente nada. Levou o sonho, a brisa, a poesia. Murchou suas flores. Quem domaria seu coração selvagem? - a menina me perguntava em prantos.
Eu disse:

- O tempo, querida, o tempo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Resolution.

Tempo é o que me falta. Em oposição aos milhões de acontecimentos. Tudo muito bem, obrigada. Anatomia e química mandam lembranças aos Fundamentos de Terapia Ocupacional e à Medicina Social, dançam num compasso às vezes descompassado em minha mente. E nesse salão de danças, encontrei algumas resoluções empoeiradas, criei outras e acabei jogando algumas no lixo. Não permitirei apaixonar-me. Não quero mais o antes, nem o durante, muito menos o depois. Do que pensava ser amor, águas turvas se formaram. Amor é Gonçalves Dias, Olavo Bilac, Drummond de Andrade, Ana Miranda. Amor é pôr-do-sol nos olhos, correr nas ruas, além-mar, além-céu, além-mim. Não quero seu começo nem seu fim. Só quero que não exista em mim.

I gotta find peace of mind.


domingo, 4 de outubro de 2009

Sem palavras doces ou amargas.

O amor, tornado desprezo, prefere distância dos tempos de romance.
Não vivo nem repito a mesma vida.